Idealizar alguém é condenar-se à decepção

Idealizar alguém é condenar-se a uma sentença de frustração. A lógica é quase cruel: quanto maior a imagem que você fabrica na cabeça, mais dolorosa será a queda quando a realidade se impuser. E ela sempre se impõe. Acontece que não projetamos o outro como ele é, projetamos nossas próprias faltas, nossas carências, nossas fantasias sobre como deveria ser o “outro perfeito”. O problema é que o “outro perfeito” nunca existiu. A projeção é uma armadilha silenciosa. Colocamos no outro uma aura que não lhe pertence e, inevitavelmente, cobramos dele algo que jamais prometeu ser. Criamos um personagem imaginário, um reflexo distorcido do nosso desejo. E quando o tempo revela que esse personagem não existe, damos o nome de decepção ao que, na verdade, foi apenas ilusão. As pessoas são só isso: pessoas. Com grandezas e misérias, virtudes e abismos. É quase infantil acreditar que alguém conseguirá sustentar expect...