Rotina: mocinha ou vilã?



A vida moderna é composta por inúmeros afazeres. Quando saímos da adolescência e entramos na vida adulta, as responsabilidades e deveres surgem quase que instantaneamente, sem pedir licença e logo se instalam em nossas vidas. Após este vínculo forçado, nos vimos obrigados a pacificar estes novos inquilinos àquela rotina que antes levávamos, para que assim, a nova fase flua de modo que seja possível administrar a vida melhor forma possível. Diante deste cenário, surge a necessidade em se criar uma rotina.

Ter uma rotina significa organizar os afazeres indispensáveis do dia a dia de modo coeso e em uma sequência prioritária, com objetivo de alcançar aquilo que se almeja. É impossível manter uma vida organizada sem uma rotina bem estruturada. Todavia, necessário se faz ter um entendimento racional de que ela está sob constante ameaça dos imprevistos que inevitavelmente rondam nosso dia a dia, portanto, algumas exceções não só podem como devem ser aplicadas em determinados momentos.

A disciplina é uma forte aliada na manutenção da rotina. Uma pessoa que não possui seus afazeres mapeados - ou os tem, porém, sem consistência na execução - vive o famoso verso de uma música popular que diz: "deixa a vida me levar"; e isso é gravíssimo. Quando você não assume a posição de senhor da sua própria vida, outras pessoas ou as situações externas fazem isso por você. A partir deste momento, você deixa o papel de protagonista da sua vida em aberto para qualquer um que quiser assumir. Fazendo isso, você não poderá reclamar de nada que vier a lhe acontecer, afinal, você negligenciou e renunciou o que tinha de mais importante.

Há uma segunda face da moeda que se apresenta como algo problemático: o apego pela rotina. É comum que algumas pessoas se vejam escravizadas por ela, passando a fazer rigorosamente as mesmas coisas todos os dias, inclusive dispostas a sacrificar qualquer empecilho que se apresente durante a execução das ações rotineiras, o que torna a pessoa cega e impedida de identificar até mesmo as oportunidades que poderiam lhe causar benefícios.


Todo excesso é nocivo, inclusive de coisas ditas como "boas". Partindo desse pressuposto, o mesmo ocorre com as boas práticas dentro da rotina quando são praticadas sem ponderação e de modo irracional.  Uma prática rotineira deve ser revista periodicamente a fim de avaliar se de fato ainda faz algum sentido dentro do contexto em que ela está empregada. Há situações em que a rotina domina o indivíduo, e não vice-versa, por isso, tal avaliação é útil para que haja uma fluidez consciente e adequada dos acontecimentos da vida.

Texto autoral escrito por Maycon de Souza

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