Pânico, doença e aprendizado
Neste exato momento, o mundo passa por uma situação crítica (para não dizer desesperadora) relacionada à pandemia ocasionada pelo coronavírus. Diante deste cenário pandêmico, há milhares de mortes e infectados espalhados pelo mundo. Até a presente data não há sequer uma vacina de imunização ou remédios que combatam o vírus. Como se não bastasse o problema relacionado à saúde, as economias de todo o mundo estão devastadas, sem nenhuma perspectiva de tempo para recuperação. A maioria das pessoas estão reclusas em seus lares e, por enquanto, o que há a se fazer é tomar as medidas de prevenção ao contágio e aguardar a produção de um antídoto.
Independentemente de qual foi a real origem do vírus, isso agora não importa. Nesse momento é necessário que as autoridades concentrem os esforços em evitar que a doença se propague e atuar fortemente na criação de medicamentos que combatam o agente infeccioso o mais rápido possível. Depois que a situação estiver sob controle, é imprescindível que haja uma investigação internacional rigorosa, para que assim seja possível identificar e provar as verdadeiras causas que originaram a doença. Somente assim é possível criar estratégias para evitar que novas pandemias se instalem no futuro.
O que simples cidadãos podem (e devem) fazer enquanto não há solução?
Já é sabido que a mídia é sensacionalista e disposta a tudo por audiência. Quanto mais terror e pânico causar na população, mais audiência ela terá. A primeira coisa que deve ser feita é manter a tranquilidade (apesar de ser uma tarefa difícil) e evitar o consumo excessivo a noticiários.
Após manter a calma, é importante evitar o contato físico com as pessoas, pois por mais que alguém aparente estar saudável, é possível que o vírus esteja encubado e os sintomas apareçam depois de certo tempo. Neste contexto, é importante evitar aglomerações e sair de casa somente em situações realmente necessárias.
A higienização regular e adequada é de suma importância. O vírus é capaz de sobreviver em superfícies, por isso, é importante manter os objetos de uso comum sempre limpos, mantendo uma rotina de limpeza antes e depois do uso. Outro aspecto fundamental é aplicar álcool em gel nas mãos, haja vista que elas são a principal ponte que leva o vírus às áreas receptoras do rosto (boca, nariz e orelhas). Tais atitudes deviam ser hábitos rotineiros antes mesmo do surgimento desta doença, pois elimina também outras bactérias.
O que aprender com tudo isso?
Parece estranho dizer, mas tudo na vida tem um lado positivo, inclusive nas situações caóticas. Este momento de reclusão involuntária e isolamento social pode trazer vários aprendizados e descobertas. Quando se está só, você passa a enxergar características e defeitos que você talvez nunca imaginou possuir. Muitas pessoas fazem das tripas o coração para estarem o tempo todo em eventos sociais, e se esquecem de olhar para dentro de si. O mundo moderno e o senso comum ditam comportamentos sociais que não contemplam a descoberta de si mesmo e de apreciar as coisas simples da vida, como por exemplo o silêncio. Este momento é propício para isso.
Outro aspecto positivo é a possibilidade de refletir sobre a vida e repensar sobre os próprios planos e objetivos. Muitas vezes nos esquecemos de olhar para dentro e deixamos o caos e a correria do dia a dia nos consumir. É importante centralizar os pensamentos para que se possa enxergar as coisas que vão além do material, que por sua vez são as mais importantes da vida.
Outra reflexão que vêm à tona é a impermanência da vida e a necessidade de praticar o desapego. Da vida nada se leva, quanto mais apego à matéria e ao ego o ser humano tiver, menos lucidez ele irá possuir. Podemos chegar à conclusão de que a vida passa como um suspiro, pois da mesma forma que hoje estamos aqui, amanhã poderemos não estar mais. É meio clichê, mas a única certeza e verdade incontestável que existe é que um dia partiremos. Sabendo disso, qual o sentido em querer viver alimentando o ego e a vaidade?
Texto autoral de Maycon de Souza
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