Análise antropológica: Noruega - o gigante nórdico
A Noruega é um dos países mais desenvolvidos de toda a Europa. Grande parte desse status se dá pelo fato de ela possuir um governo bem estruturado e com baixo índice de escândalos de corrupção. Vale ressaltar que, grande parte dessa eficácia governamental, se deve ao fato de o país ser pequeno, diferentemente do Brasil e outros com dimensões continentais, o que faz com que a gestão estatal consiga ter uma visão mais detalhada acerca das minúcias do país. Hoje, a forma de governo é a monarquia parlamentar. Isso significa que o Estado exerce uma dominação legal mediante leis, estatutos e regulamentações.
Outro aspecto importante a ser mencionado é que há um forte apelo às políticas de bem-estar social, e que embora mantenha as aparências que induzem os geógrafos e pesquisadores a acreditarem que não há nada que possa ser melhorado, tal fato não pode se afirmar como verdade. A taxa tributária é uma das mais altas da Europa, o que faz com que o cidadão médio tenha que trabalhar arduamente para sustentar a máquina estatal que, apesar de manter uma relativa eficiência, se mostra altamente coercitivo e fugaz no que tange o recolhimento de impostos.
Sobre a cultura norueguesa, esta dispensa comentários. Com certeza a maioria dos brasileiros em algum momento já ouviu falar dos Vikings, os famosos e destemidos navegadores dos mares. Outro ponto pelo qual a Noruega é muito famosa é por sua arquitetura e suas belezas naturais.
Uma curiosidade que atrai os olhos dos mais variados tipos de turistas é o famoso “sol da meia noite”, um fenômeno que acontece no verão. Durante essa estação do ano, é possível observar o sol durante as 24 horas do dia, pois a posição do eixo da Terra em relação à órbita do Sol faz com que o astro seja possível de contemplação o tempo todo.
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| O sol da meia noite |
Com relação à cultura norueguesa, podemos citar um repertório bastante exótico no que tange vestuário, música, culinária e tradições. O Bunad é o traje mais típico dos noruegueses. Trata-se de uma roupa bem desenhada e colorida, tanto nas versões masculinas como femininas, com cores vibrantes e chamativas. Tal vestimenta é usado comumente em datas comemorativas, em especial no Dia da Independência. Como trata-se de um país conhecido historicamente por seu domínio nos mares, com certeza a culinária não poderia deixar de ser referência em relação aos frutos do mar. O Ratfisk é o prato preferido dos turistas. As iguarias da Noruega possuem pouquíssima similaridade com os pratos típicos do Brasil, muito disso em função da divergência climática, ainda assim, eles não perdem nada em sofisticação e na gama de opções ofertadas.
Embora haja muita influência de ritmos como o rock, eletrônica e o pop, a música tradicional norueguesa ultrapassa os séculos e se mantém viva atualmente. Marcada por uma melodia intensa e bem harmônica, os cânticos noruegueses são apresentados em conjunto com danças regionais em vários festivais populares, até mesmo fora do país. O hardanger fiddle é o instrumento musical típico que é usado em várias dessas apresentações. Ele possui uma similaridade harmônica com o violino, distinguindo-se na forma de tocar e condução dos acordes. Muitas canções da era viking são cantadas como forma de representação e conservação da construção histórica norueguesa.
Através de uma visão antropológica, pode-se observar algumas características típicas do povo norueguês: são pessoas discretas, pacatas, educadas e abrem pouco sua vida pessoal para os outros. Apesar de essas serem, aos olhos dos brasileiros, qualidades de pessoas “frias”, de uma coisa os turistas não podem reclamar: da hospitalidade. Seus nativos tratam os turistas com muita cordialidade e atenção, o que torna a visita aos pontos turísticos uma experiência ainda mais encantadora e única.
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Museu Viking
– Vikingskipshuset |
Do ponto de vista antropológico, é possível compreender que para sustentar uma cultura é necessário que o legado seja passado de geração para geração, e só aspecto cultural não é suficiente. A educação, conforme já mencionado anteriormente, é a principal ferramenta que sintetiza o sucesso nórdico no que tange a manutenção da ordem vigente. Vale ressaltar que o foco na consciência coletiva se dá sobretudo no empenho individual de cada indivíduo, uma vez que ele enxerga em si mesmo uma parte fundamental do Todo. Para isso, o encorajamento por parte das instituições o ajuda bastante nessa árdua tarefa.
No Brasil há uma cultura de paternalismo estatal, por isso, muitos indivíduos sempre esperam atitudes do Estado com foco no coletivo, para que assim este atenda suas demandas individuais. Isso além de contraditório é um problema, pois muitos usam esse pensamento como desculpa para se isentar de seus deverem como cidadão. Embora haja nos países nórdicos alguns pontos a desenvolver, muitos aspectos positivos podem ser levados em consideração, principalmente em relação às micro atitudes que cada cidadão aplica no dia a dia, principalmente o repúdio às formas de desonestidade que culturalmente aqui imputamos como “jeitinho brasileiro”. De fato, há muito o que aprender com a cultura nórdica. Nesse cenário, uma pergunta se materializa: Por que nos preocupamos tanto com querer consertar o resto se não buscamos consertar a nós mesmos?
Texto autoral de Maycon de Souza
Mais sobre a Noruega:
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| Bandeira oficial |
Capital: Oslo
Área: 323.895 km²
População total: 4.812.190 habitantes
Sistema de governo: monarquia parlamentarista
Principais cidades: Oslo, Bergen e Trondheim
Moeda: Coroa norueguesa
Idioma: Norueguês
Independência: 17/05/1914
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