O papel do novo professor

 

        Se há uma profissão que é pré-requisito para que as outras existam, esta é a do professor. Ensinar aquilo que se sabe é um ato belíssimo que requer muita dedicação, brilho nos olhos e, principalmente, gostar de pessoas. Hoje, muito se fala sobre a necessidade de valorizar o profissional da educação, mas nem sempre isso é posto em prática. Em alguns casos, a falta de valorização começa dentro do universo acadêmico, local esse em que o futuro professor não é conscientizado sobre a necessidade de continuar seu desenvolvimento profissional. Em outros casos, mesmo submetidos à tais estímulos e incentivos, o futuro educador acredita que não precisa mais especializar-se.  Esses são pontos importantes que precisam ser observados.

        A experiência formativa de um professor deve ser construída de forma meticulosa e estratégica. É de suma importância saber o que (e como) se ensina, quais as formas de aprendizado e ter a consciência do quão indispensável é a busca por novos saberes. Para que se obtenha êxito nessas atividades, inicialmente é preciso se autoconhecer. O autoconhecimento é responsável por fazer com que o futuro professor compreenda suas limitações e enxergue, de maneira profunda, suas potencialidades. 

        Hoje, não basta apenas que o professor domine técnicas de ensino, é preciso que ele tenha o senso de criatividade bem desenvolvido em seu repertório, afinal, diferentes situações exigem diferentes abordagens. Aquele professor que não adequa o seu modo de ensinar conforme as mudanças que inevitavelmente acontecem, fica refém do acaso. Este tipo de situação pode jogar fora todo o planejamento realizado.

        É muito importante que o professor esteja aberto a novos aprendizados, vale ressaltar que isso não se refere a apenas a fazer cursos de especialização. É necessário entender que é possível aprender também com os alunos, com os outros colegas de profissão, com os funcionários da escola etc. Cada pessoa que atravessa o caminho do professor tem experiências ímpares a compartilhar. O educador que de fato é sábio consegue ter o discernimento necessário para explorar e absorver o que de melhor o outro tem a lhe acrescentar. 

        Ser professor é muito mais do que apenas reproduzir conhecimentos outrora aprendidos. Muito se engana aquele que vê na atividade docente uma prática mecânica, uma espécie de robotização do saber. O ato de professorar é, a priori, uma atividade que requer responsabilidade social, avaliação crítica de cenários, domínio de técnicas de didática e, sobretudo, saber lidar com os mais diferentes tipos de pessoas. Isso só é possível através do aperfeiçoamento de suas virtudes e domínio de seus vícios.

Texto autoral de Maycon de Souza