A farsa da autenticidade: o Marketing de ser você mesmo

O mundo virou um grande balcão de autoajuda disfarçada de liberdade. Frases prontas, conselhos genéricos e gurus de internet repetindo o mantra mais batido da era da superficialidade: “Seja você mesmo.” Fácil falar, difícil explicar o que isso realmente significa. Mais difícil ainda é admitir que talvez você nem saiba quem é. A verdade que ninguém gosta de ouvir é que a sua tão sonhada autenticidade é uma ficção construída a partir de reforços sociais, medos reprimidos e uma coleção de comportamentos aprendidos pra agradar, sobreviver e, na melhor das hipóteses, ser tolerado pelos outros. Não existe uma versão “pura” de você esperando pra ser descoberta num retiro espiritual de final de semana. Jean-Paul Sartre já tinha dado o recado: “O homem está condenado a ser livre.” Mas a galera do coaching preferiu ignorar a condenação e só vender a parte da liberdade. Porque é mais lucrativo fazer você acreditar que tudo se resume a um reencontro mágico com seu “eu interior”. Enquanto is...