Coragem: a atitude necessária para o dia a dia
A coragem muitas vezes é definida genericamente pelo senso
comum como a “ausência de medo”, mas será que realmente esta é a definição
correta? Eu particularmente discordo. A coragem é uma virtude que tem como
pilar básico a presença de uma perspectiva positiva diante das adversidades da
vida. Uma pessoa verdadeiramente corajosa não é aquela que é totalmente isenta de
medo, e sim aquela que segue em frente, apesar do medo.
Ter coragem é desafiar-se, é travar uma luta constante
contra seu “Eu Sabotador”, em outras palavras, é renunciar sua permanência na
zona de conforto em prol de um objetivo maior, que vá agregar valor na sua vida
no longo prazo. Hoje, ter coragem tornou-se artigo de luxo. São poucos os que
estão dispostos a arregaçar as mangas e partir para a batalha. Em alguns casos,
surge a “coragem situacional”, que nada mais é do que uma atitude aparentemente
corajosa que alguém pode ter em um momento esporádico, cujo intuito é atender uma
demanda aleatória, no entanto, assim que atingida, esta coragem genérica sai de
cena para dar espaço para o “Eu Sabotador” novamente assumir o controle e
tornar a realizar suas mazelas.
Diante deste contexto, tornar-se corajoso é assumir riscos,
mas antes, é necessário haver uma compreensão da importância em sair da zona de
conforto, bem como os prováveis resultados que tal atitude implica, sejam eles
positivos ou negativos, por isso, é necessário que a coragem esteja resguardada
por uma estratégia que contemple não só o plano A, como também o plano B, caso
o primeiro dê errado.
Ser corajoso é totalmente diferente de ser inconsequente. O
corajoso é movido pelo racional e sabe exatamente onde está pisando. Ele avalia
as consequências de seus atos como um todo, não desprezando nenhuma
possibilidade. O inconsequente é aquele que toma atitudes movidas pelo
emocional, sem pensar no médio e longo prazo, e com isso, fica totalmente
vulnerável aos resultados negativos de suas atitudes.
O risco é inerente à vida. Ele pode ser definido como a
possibilidade do resultado de uma determinada ação ocorrer fora do esperado. Desde
o momento em que colocamos o pé para fora da cama até o momento de voltar a
dormir, estamos correndo riscos. A vida é uma caixinha de surpresas, então por
que tanto medo? A vida não é e nunca será uma ciência exata. O tempo inteiro
estamos expostos a resultados que podem ser totalmente alheios a nossa vontade,
sendo assim, não faz sentido deixar de agir em função do medo.
É natural que o ser humano aprisione-se em sua zona de
conforto, pois é algo que não dispõe um gasto de energia significativo, além de
ser totalmente viciante. Quem evita riscos com medo do resultado negativo tende
a ser um eterno escravo de seu destino. Esta pessoa assumiu inconscientemente
para si que a mediocridade é algo bom, e que é melhor ter migalhas da vida do
que lutar para extrair o máximo que ela pode oferecer. Este pensamento além de
limitante é aterrorizador.
Para ser um corajoso genuíno é necessário entender que
jamais deve-se cultivar o medo em nossas mentes. É necessário que a vontade de
acertar seja maior que a de errar, e isso requer persistência e treino diário. De
modo similar aos exercícios físicos, a coragem precisa ser “hipertrofiada” e
alimentada todos os dias. Ter coragem é compreender que a negligência e omissão
perante a vida pode custar caro, pois além de perder a oportunidade de permitir
que a felicidade faça morada, perdemos também o nosso ativo mais precioso: o
tempo!
Texto autoral de Maycon de Souza
Texto autoral de Maycon de Souza
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